Não tenho dúvida alguma de que significa um desafio referir-se a LIDERANÇA diante de LIDERES, como são os que compõem uma organização como Rotary.
Uma organização modelo, que oferece conjuntamente com a FUNDAÇÃO ROTÁRIA, a sua fundação, a excelência dos seus programas que a colocaram entre as melhores e as mais importantes do mundo de hoje.
Teríamos celebrado o Centenário se não tivesse existido uma LIDERANÇA certa entre os seus integrantes? Transitaremos os caminhos da Segunda Centúria, com iguais ou maiores e mais qualificados lucros, se não tivermos uma direcção capaz e comprometida com aqueles objectivos?
Seguramente que assim o faremos, mas para isso deveremos deixar de lado os alardes de poder e as atitudes autoritárias com as que alguns, ao não possuírem outras, pretendem qualificar-se
Rotary convoca-nos para que ofereçamos autoridade, que não é o mesmo que autoritarismo, mediante as atitudes persuasivas, a motivação sensata e o exemplo pessoal, tendo em conta que todos, sem excepções, somos dirigentes voluntários e como tais não podemos improvisar nem dar com má vontade os nossos tempos e os nossos esforços compartilhados.
Devemos ser generosos e positivos, objectivos e precisos, estar preparados e informados, com o convencimento que algumas das nossas acções - as que começaram em Julho - terminarão em Junho e outras serão permanentes, tanto como certa seja a nossa vocação de serviço e a nossa dedicação a Rotary.
Desta forma, ao entregar todas e cada uma das provas finais dos nossos empenhos, estaremos oferecendo, a quem nos suceda, o legado da convicção e a motivação que lhes permitirá serem melhores que nós mesmos.
Um legado que entregaremos pleno de virtudes que se orientaram a ser pormenorizadas diante de cada um dos problemas em jogo, habilidosas para comunicar-se, com capacidade para o trabalho positivo, entusiastas, amistosas e inovadoras.
Atitudes plenas de confiança com relação a suas consequências, convencidos de que onde há vontade, sempre nasce um caminho
Estas LIDERANÇAS, em Rotary, podem mudar todos os anos e de facto assim acontece. A LIDERANÇA do Rotary é o que não deverá mudar jamais pois é nossa responsabilidade exercitá-la, e para isso devemos «interessar-nos pelos problemas, comparar as angústias e lutar pelas mesmas causas» seguindo o pensamento de um grande estadista: Winston S. Churchill.
Ante as dificuldades que diariamente nos apresentam, não nos justifiquemos dizendo que não são fáceis, mas motivemo-nos repetindo que são possíveis.
Recordemos aquele pensamento que nos dizia que tratar de alcançar as estrelas de um salto pode ser uma utopia mas sempre serve para tirar os pés da lama.
Há um delicado equilíbrio que se mantém entre a realidade e o optimismo, entre a confiança e a humildade. Quantas vezes imaginamos resultados fáceis e os factos nos demonstraram que os nossos esforços poderiam tê-los conseguido se tivéssemos tido a humildade necessária para participá-los, trabalhando todos e juntos?
Rotary nos convoca a isso, permanentemente, dizendo-nos que o êxito da nossa tarefa estará na soma de esforços de um grupo interessado onde cada um seja reconhecido pelo seu talento e habilidades postos no lucro dos objectivos comuns. Uma LIDERANÇA eficaz é aquela que selecciona sabiamente os integrantes da equipe de maneira tal que, obtida a meta, o comentário final se referirá ao lucro colectivo e não apenas às supostas façanhas individuais.
Nenhuma cadeia é mais forte do que o mais débil dos seus elos, costumo dizer, e cada dia é maior o meu convencimento de que no compartilhar, tanto responsabilidades como reconhecimentos, está o caminho que espera a nossa passagem.
A LIDERANÇA tem que ver com a visão, com a motivação e com a atitude positiva pelo que, em tempos de dificuldades ou perante as crises, as grandes necessidades requerem grandes lideres.
A LIDERANÇA implica que tenhamos compreensão pelo passado, consideração pelo presente e respeito pelo futuro.
A LIDERANÇA implica que sejamos congruentes com o que se pensa, diz e faz, tomando consciência de que os «lideres de hoje estão escrevendo a história de hoje», no dizer de Albert Schweitzer.
Finalmente, peço-lhes para pensarem que sendo o futuro um acontecimento que sobrevirá inexoravelmente, também resultará sempre uma possibilidade que será consequência das nossas acções individuais e de grupo.
Fica-nos o envolver-nos na tentativa de sermos melhores ou esperar, complacentes e acomodados, que outros se ocupem por nós.
Se esta for a nossa ultima atitude, teremos perdido a oportunidade de nos aproximarmos de um mundo mais livre e solidário que será aquele onde o preço da grandeza esteja relacionado com as nossas responsabilidades
CARLOS ENRIQUE SPERONI
DIRECTOR DE ROTARY INTERNATIONAL
2005-2007
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